sábado, 15 de novembro de 2008

Mais artigo - Distúrbios Alimentares

Este artigo é uma revisão sobre os DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS EM ATLETAS FEMININAS.
“Pesquisas indicam que é elevada a prevalência de distúrbios alimentares em atletas femininas jovens envolvidas em esportes que preconizam a magreza e o baixo peso corporal, tais como ginástica olímpica e corridas de longa distância”.

Tendo em vista os resultados das pesquisas, vemos claramente que a nutrição é muito importante no desempenho físico. Ao voltar seu cotidiano para se ter um baixo peso corporal e juntar a isso um consumo energético bem restrito, temos o principal caminho pra desenvolver esses distúrbios.
Importante ressaltar que muitos atletas pensam que sabem tudo ou, pelo menos, muito sobre nutrição. Porém, isso não é bem verdade na maioria das vezes, então seria necessário um acompanhamento individual com nutricionistas, reduzindo o risco de desenvolver os tais distúrbios.

“Atletas femininas que praticam exercícios físicos intensos e apresentam alterações no comportamento alimentar, além de correrem o risco de desenvolverem deficiência de ferro, com ou sem anemia, comumente apresentam irregularidades menstruais caracterizadas por oligomenorréia e amenorréia. O ciclo menstrual regular ou eumenorréico varia de 23 a 35 dias, com 10 a 13 ciclos por ano. Oligomenorréia está relacionada à presença de 3 a 6 ciclos por ano com intervalos maiores do que 36 dias. Amenorréia é definida como a falta ou interrupção do fluxo menstrual, com menos de 2 ciclos menstruais por ano.
Muitos fatores encontram-se associados à amenorréia atlética. Os freqüentemente citados são: distúrbios no comportamento alimentar, restrição dietética, intensidade dos treinamentos, estresse psicológico e fisiológico, treinamento físico antes da menarca, retardo do início da função menstrual, baixo peso corporal e baixo percentual de gordura corpórea.
A conseqüência clínica mais prejudicial da amenorréia atlética é seu impacto sobre o esqueleto.
O perfil endócrino das atletas amenorréicas é caracterizado por decréscimo na produção de estrogênio. Acredita-se que o estrogênio promova a absorção de cálcio pelos ossos e diminua a sensibilidade óssea ao paratormônio. Quando ocorre deficiência de estrogênio, os ossos se tornam mais sensíveis à ação do paratormônio.
Foi descoberto que os osteoblastos possuem receptores para o estrogênio e o mecanismo de remodelação óssea envolve tal hormônio. O estrogênio pode agir diretamente sobre seu receptor para estimular a remodelação óssea influenciando as secreções dos osteoblastos que por sua vez, agem sobre a matriz extracelular promovendo a mineralização.
As conseqüências a longo prazo de um estado hipoestrogênico crônico em atletas jovens incluem a perda de massa óssea, muitas vezes irreversível, risco aumentado de osteoporose (decréscimo na massa óssea).
Outras conseqüências clínicas observadas em atletas amenorréicas estão relacionadas à saúde reprodutiva e ao risco aumentado de doenças cardiovasculares. A redução na fase lútea é um achado comum entre as atletas e a incidência de infertilidade é elevada. A prática de atividade física regular e a concentração plasmática de estradiol estão envolvidos na prevenção de coronariopatias, principalmente através do efeito benéfico sobre as lipoproteínas plasmáticas (HDL colesterol). Um estado hipoestrogênico crônico pode afetar negativamente os lipídios plasmáticos anulando os efeitos benéficos do exercício físico sobre os mesmos.
Sendo assim, a amenorréia em atletas deve ser prevenida e quando presente ser criteriosamente investigada e revertida, através de uma redução do treinamento e do aumento da ingestão energética, frente as inúmeras conseqüências negativas à saúde associadas a esta disfunção”.

Concluindo esse artigo, penso que seria muito bom se houvesse maiores informações nutricionais não só aos atletas, mas também aos seus treinadores e à equipe de apoio para que os mesmos não indiquem dietas absurdas com a intenção de controlar o peso de seus atletas, comprometendo assim a saúde destes.

By: Jéssica Weber

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732001000100009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt - Scientific Electronic Library Online.

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